sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ISABELLA MARIA FERNANDES OLIVA KABAD

NOVOS DADOS DA AIDS NO BRASIL

Boletim Epidemiológico divulgado hoje pelo Ministério da Saúde mostra que a taxa de incidência (número de casos por 100 mil habitantes) da Aids na população com mais de 50 anos dobrou entre 1996 e 2006. Passou de 7,5 casos por mil habitantes para 15,7.

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Diante destes números, o Programa de DST-Aids decidiu dedicar a campanha deste ano a esse público. O slogan será: "Sexo não tem idade. Proteção também não." A idéia é despertar a importância do uso de preservativo nas relações sexuais também entre pessoas com essa faixa etária. A campanha será lançada dia 1º, quando se celebra o Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

O boletim mostra que o País registrou ano passado 33.689 casos novos de Aids. Apesar de o número ser um pouco inferior ao que havia sido contabilizado em 2006 (35.459 casos), a epidemia é considerada estabilizada no País. De acordo com boletim, a estimativa é de que existam 630 mil pessoas portadoras de HIV no Brasil.

A epidemia apresenta comportamentos distintos no País. Os números gerais mostram que entre 2000 e 2006 houve um aumento da taxa de incidência da doença. Em 2000, a taxa brasileira era de 17,7 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2006, o índice passou para 19 por 100 mil. Neste mesmo período, no Sudeste, houve uma discreta queda das taxas (de 24,4 para 22,5). Nas demais regiões, a incidência aumentou. No Centro-Oeste, passou de 13,9 para 17,1. No Nordeste, de 6,9 para 10,6 e no Norte, de 6,8 para 14. O Sul também apresentou incidência mais elevada: de 26,3 para 28,3.
A diferença entre casos de homens e mulheres com a doença continua a cair. A forma de transmissão predominante é por via heterossexual tanto entre o grupo masculino quanto entre o feminino. Entre homens, a segunda principal forma de transmissão é a homossexual e, entre as mulheres, a segunda forma de transmissão é por uso de drogas injetáveis. O boletim deste ano também revela uma redução de casos de Aids entre os que apresentam maior escolaridade. Em 1990, o grupo era responsável por 14% do total dos casos. Dezesseis anos depois, esse porcentual caiu para 8,7%. No grupo entre 8 e 11 anos de estudo, o índice subiu de 13,9% para 24,5% no mesmo período